sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

2011

Com o fim de 2010, chega um novo ano, com novos desafios!.
O maior desafio que vamos ter, pelos vistos, vai ser superar a crise! A crise criada pelos milhões mal gastos, pelos milhares que não querem trabalhar e metem baixas e caixas fraudulentas, pelas centenas que levam um estilo de vida que não podem, e depois por todos aqueles que no seu dia a dia, vivem naquela rotina de quem se acomodou e não pensa no amanha...
Tirando esta nossa triste sina, Desejo a todos os conterrâneos um Excelente 2011.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Um Conto de Natal: As prendas do Pai Natal

O meu Ilustre amigo Mota Leite autorizou a publicação deste conto de Natal que é da sua autoria. Uma vez mais, ganhou o 1º lugar no concurso "Um conto de Natal", promovido pelo CNO da Escola Básica e Secundária de Barroselas.

AS PRENDAS DO PAI NATAL (2010)
A avó Rosa, uma mulher franzina ou aquilo a que comummente apelidamos de “dez réis de gente”, tinha agora a incumbência de acabar de criar e educar os seus tão queridos netinhos que, precocemente, perderam os pais.
Das três filhas que tivera na sua terra natal, Belinho, duas delas, as mais velhas, eram gémeas. Consorciaram-se com dois irmãos, também gémeos, naturais de Antas, freguesia vizinha. De um dos casais, nasceram a Joana, o António, o Armando e o Pedro; do outro, a Carina, a Maria João, a Olívia, a Sandra e a Genny. Genros e filhas, tal como a mãe, dedicavam-se à docência em locais distintos do país.
No entanto, numa tarde de Setembro, quando regressavam de Braga para junto dos seus filhotes, depois de uma jornada de acção profissional, um desgovernado camião, embatendo no automóvel que os transportava, veio a ceifar-lhes as vidas, aumentando ainda mais o coeficiente de desastres no fatídico troço da estrada nacional treze, entre a ponte de Antas e os marinheiros da Apúlia que, já na década de oitenta, do século passado, registava a aziaga média de oito mortos por quilómetro!
A única filha que restava à avó Rosa era a Teresa. Suspendendo o ensino na escola de Almada, passou a leccionar numa outra que ficava junto da habitação de seus pais para conseguir partilhar, com sua mãe, a educação dos sobrinhos.
Embora o tempo fosse passando, só muito lentamente assimilaram como facto consumado a tragédia que os atingiu. O subconsciente de cada uma teimava em visionar o “filme” de que tudo não passava de um mero pesadelo! E assim foram vivendo até que caíram na realidade.
Chegou Dezembro e avizinhava-se o Natal. Como de costume, para as crianças construírem a estrutura do presépio com pedras e madeiras, estas a recobrir com musgo arranjado lá para junto da capela da Sr.ª da Guia, e com um pinheirinho, a avó Rosa e a tia Teresa prepararam um canto na velha cozinha que emparedava com a enorme casa construída de raiz, herdada de seus antecessores, onde permaneciam ainda os velhos potes e panelas de ferro, o forno e uma enorme lareira, as gastas candeias a petróleo, ainda funcionais, que se usavam nestas ocasiões e a goteira, bastante operante, que expelia os fumos e excessos de calor, aquando da fogueira acesa.
A avó Rosa teimou em preservar esta cozinha, dando-lhe apenas outro aspecto exterior para o enquadramento arquitectónico entre o antigo e o moderno. A enorme mesa ficava ao centro rodeada dos mochos que tinham sido consertados pelos habilidosos pais no ano anterior. Mas, a toalha de linho, bordada pelas mães quando ainda solteiras, exclusiva para as celebrações natalícias, ao ser colocada, deixou transparecer em cada criatura lágrimas de saudades.
Aquele dia tinha começado com tarefas programadas, como a cozedura do pão de mistura, uma especialidade da avó Rosa, que facultara a todos a aprendizagem da arte e segredo da produção de um substancial pão. Efectivamente, ninguém deixou de participar nas diversas fases do processo. Nunca um pão tinha sido confeccionado por tanta gente e nunca alguém havia saboreado tão excelso paladar. Nunca!..., nem mesmo a avó Rosa!
Na hora de pôr a mesa, tarefa que recaiu na menina mais jovem, ninguém resistiu à emoção quando, ao colocar os talheres, contando toda a gente, colocou mais quatro pratos e foi buscar as cadeiras da sala para os lugares presidenciais. Eram exclusivas e iam ser ocupados pela presença espiritual de quem de direito!
Chegada a Ceia, se todos se deliciavam com os tradicionais alimentos próprios da ocasião, muito mais deliraram com os esmerados doces que a tia Teresa confeccionara e com os quais os presenteou.
Bem aconchegados os estômagos, todos se puderam divertir com jogos diversos, incluindo o das cartas. Enquanto estes decorriam, eram relatadas velhas histórias e propostos alguns problemas que cada um, apesar da suprema inteligência e do conhecimento geral bastante superior à media, mesmo os mais adiantados na frequência, ou tinham muita dificuldade em resolver ou ficavam calados à espera da solução apontada pela avó Rosa. Coisas do ti Policarpo, e não só! ..., que a avó Rosa quis agora rejuvenescer… um subterfúgio para esquecer o passado recente.
Tudo decorria com relativa alegria quando a avó Rosa, uma inveterada curiosa, inquiriu os netos sob pretexto de saber das alcunhas que sobre cada um grassava. Todos ficaram cabisbaixos e hesitaram em abrir a boca mas, depois de alguma insistência, o mais descarado, o Pedro, desancou a desbravar os nomes e a respectiva explicação.
- Ó avó! À Joana chamam-lhe a “Sempre Boa”. É assim mesmo, pudera!.. os meus amigos estão sempre a chatear-me para a apresentar e dizem que até a sombra dela é encantadora!...
Envergonhada com o enunciado a que fora exposta, logo a Joana retorquiu, virando-se para o Pedro: - E tu? Tens a mania que és o mais entendido nas letras e nas artes, bem feito… és o Pedro “D'artes”.
Com este diálogo estava aberto o segredo para todos conhecerem as alcunhas de cada um. A avó retomou a palavra e perguntou sucessivamente: E o Armando? Com aquela pose aprumada, rigorosamente bem vestido e dos mais cultos da escola, diferencia-se dos outros, é o “Polido”. E o António? É o “Einstein”, catalogado pelos colegas, pois passa o tempo, além do gozo, a estudar Albert Einstein”!..
Muito bem, comentou a avó Rosa. E as meninas? Vamos cá saber!.. A Carina é a “Rainha”, cativa todos os colegas em seu redor. A Maria João é a “Computador” por saber tudo sobre datas e tabuadas, é a computador escolar. A Olívia é a “Moralista” e, deixe que lhe diga, além da doutrina que segue, é exemplar para muitos colegas. A Sandra é a “Arquiva” já que recolhe e guarda tudo quanto há para coleccionar. E a Genny é a “Cabeleireira” atendendo a que, sempre que pode, dedica-se a fazer penteados nas enormes bonecas que possui e até mesmo nas irmãs e prima.
Depois destes entretenimentos e descortines, o relógio avançou. Estava na hora de arrumar tudo, pois havia o hábito de colocar sobre a mesa várias caixas com a respectiva tampa onde se inscrevia o nome de cada criança ou adulto para o Pai Natal, que descia pela goteira, colocar na respectiva caixa a prenda correspondente ao nome inscrito na tampa. Tudo preparado, apagaram-se as candeias e foram dormir.
O Pedro, o mais irrequieto, porque ainda acreditava nas benesses do Pai Natal, não arranjava forma de dormir, tal era a curiosidade. Aí pelas três da manhã, desejoso de saber qual a prenda em sorte, previne-se da lanterna artesanal fabricada pelo António e, sorrateiramente, vai à velha cozinha observar as caixas. O pouco luar não o ajudava nesta operação. Todavia, para ser o primeiro a olhar os conteúdos, abre a porta com redobrado cuidado, dirige-se à mesa e retira todas as tampas. Ao ligar a lanterna para melhor observar o interior de cada caixa, instintivamente, o gato “Bill”, um gatão que conquista todas as gatas e deixa marcas por onde passa, atira-se às costas do Pedro. Ao mesmo tempo a gata “Hillary”, uma pequena gatinha loira e submissa, belisca-o nas pernas. O pobre Pedro mal tem tempo de tapar as caixas. A pressa, inimiga do bem feito, provoca a troca das mesmas. Foge para casa, a pensar ter sido o Pai Natal a castigá-lo. Na realidade, era o casal de gatos que possuíam e que dormiam numa enxerga junto do presépio construído. Safa que susto! ..., mas o Pedro nem se apercebeu dos gatos, tal o medo!...
Chegada a manhã, todos quiseram ir à velha cozinha saber das prendas. A avó Rosa liderou a comitiva para que cada um recebesse o que lhe pertencia. Conforme retirava as tampas, com o respectivo nome, benzia-se e perguntava a si mesma: mas que diabo aconteceu? Estava tudo trocado! ... Como era possível? Na caixa da avó um comboio eléctrico; na da Joana um carrinho com comando à distância; na do Armando uma saia; na do Pedro uma lingerie, e na do avô um vestido de criança. Para a Sandra uma caixa de charutos; para o António umas calças de menina, para a Carina uma lingerie bem abonada, para a tia Teresa uma caixa de pinturas e cadernos; para a Olívia livros sobre Benfica; para a Genny um avião telecomandado e para a Maria João perfumes. Todos concluíram que o Pai Natal não sabia ler.
O avô que tinha chegado apenas às cinco da manhã, pois tinha passado a noite da consoada no comando distrital a orientar as forças militares que asseguraram o trânsito nessa quadra, não resistiu a umas boas gargalhadas. O Bill e a Hillary, como que percebendo a encruzilhada em que o Pedro se metera, e antes que este desse “às de vila…”, foram para junto dele e, em uníssono, miaram como que dizendo; “Tu és D'artes”…
E assim, com estas peripécias que os netos provocavam, a avó Rosa sentia-se suavizada na penosa “Cruz” de aturar tantos meninos.

http://cnodaescolaeb23sdebarroselas.blogspot.com/
http://cnodaescolaeb23sdebarroselas.blogspot.com/2010/11/regulamento-do-concurso-conto-de-natal.html
Muito obrigado, Sr Mota Leite, por escrever histórias bonitas e deliciosas.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Hoje é Natal !

O Natal é tempo de Paz,
O Natal é tempo de Luz,
O Natal é tempo de Familia,
O Natal é tempo de Igreja,
O Natal é tempo de Oração
O Natal é tempo de Prendas,
O Natal é tempo de Solidariedade,
O Natal é tempo de Mudança,
O Natal é tempo de Esperança,
O Natal é tempo de Dar e Receber,
O Natal é tempo de Amor,
O Natal é tempo de Ternura,
O Natal é tempo de Jesus Menino que nasceu no presépio de Belém,
O Natal é hoje e sempre, enquanto houver existência Humana.

A todos, Votos de um Feliz e Santo Natal!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Como conservar azeitonas

Conservar a azeitona, para o Natal …
São postas num balde e cobertas de água, que se muda pelo menos duas vezes por dia. Em alternativa, dispondo de água corrente, ponha-as numa saca de rede dentro da corrente. Quando perdem o ácido (mas não o sabor!), temperam-se na última água com sal grosso, louro, limão e orégãos. Devem consumir-se até ao Natal.

Conservar a azeitona, para a Páscoa …
Enchem-se garrafões usados, de água, até 4/5 do seu volume com azeitonas inteiras ou retalhadas, juntam-se duas colheres de sopa bem cheias de sal marinho e completa-se até ao bordo com água (se só dispõe de água tratada, use mineral). Deixe ao abrigo da luz directa, pelo menos 6 meses.
Durante este tempo, desenvolve-se uma fermentação interna nos frutos com abundante produção de CO2 que se acumula no interior do garrafão.
Semanalmente, alivie a tampa de modo a fazer sair a pressão acumulada.
Após 6-8 meses, abra, lave em águas limpas por 2-3 dias e tempere como habitualmente, (sal, orégãos, etc.).

domingo, 5 de dezembro de 2010

Estacionar no adro da Igreja

Desde que o automóvel passou a ser o principal meio de transporte, e nomeadamente aos Domingos, o nosso adro da Igreja passou a ficar cheio de carros durante os actos religiosos, sem espaço para qualquer saída antes que terminem as cerimónias religiosas em curso. Isto é do domínio comum, portanto todos sabemos muito bem que assim é.
Para esta capacidade de estacionamento, concorreu o arranjo dos passeios em volta das capelas do adro, que permitiu também aceder, de carro, à porta do cemitério, da casa mortuária e dignificar o percurso tradicional das procissões que se fazem na nossa Igreja.
Outros aspectos a considerar, são os factos de estacionar nas bermas da estrada nacional ser, de alguma forma, perigoso, porquanto provoca constrangimentos de tráfego e, também, não podemos impedir a entrada do vizinho que usa o mesmo acesso da igreja.
Assim sendo, não raro, tem aparecido algumas pessoas, umas de fora, mais desculpáveis, outras da terra mais impacientes, que depois de levarem o carro bem para o interior do adro, pedem para que abram alas já com os actos religiosos em curso ou na iminência de se iniciarem, porque a sua incauta pressa, para além de lhes lembrar perfeitamente, que o adro irá, de certo, encher, acham-se no direito de incomodar terceiros quando foram eles mesmos, com a sua atitude, que decidiram ficar encurralados no estacionamento, sabendo que mais tarde ou mais cedo o adro irá encher-se de carros. Quem quer sair sem ser incomodado que pense por antecipação e estacione de acordo com as suas pretensões. Incómodo, esse sim, é pedir para retirar o carro. Claro que todos o fazem, ou devem fazer, com um sorriso, mas no fundo pensam de forma diferente e não havia necessidade.