domingo, 11 de outubro de 2009

Eleições Autárquicas 2009

Hoje, foi dia de eleições autárquicas. Concorreram a Assembleia de Freguesia duas listas, uma lista encabeçada pelo Eduardo Maciel e outra lista encabeçada pela Águeda Lopes.
Desta eleição saiu vencedor o candidato Eduardo Maciel com 723 votos. A lista da candidata Águeda Lopes teve 252 votos, no total de 975 votos válidos.
Os Fachenses apostaram na continuação do mesmo executivo que foi eleito em 2005. Espera-se que executivo eleito efectue um bom trabalho nos próximos 4 anos.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Pristina - Kosovo

Ao desembarcar no aeroporto de Pristina, logo me apercebo que a vida por estas paragens, é muito precária para a maioria das pessoas mas, posso observar, que carros topo de gama, convivem com carros antigos nas ruas e que estas estão a precisar de remendos por todo o lado. A viagem de uma hora até à cidade, onde vou trabalhar durante os próximos 6 meses, mostra-me uma imagem onde a maioria das casas são em tijolo sem revestimento, mas ao lado, vejo algumas casas com bons acabamentos, algumas até imponentes, com jardins relvados e bem tratados. São as marcas de um povo cuja maioria vive ainda em grande dificuldade e numa crise profunda, a todos os níveis (social, económico, político), que sobrevive com regras ditadas e impostas e onde quem tem um olho é rei.
O destino leva-me, nos primeiros dias, a conhecer as duas Portuguesas, que se sabe, residentes neste território. A sul, junto à Macedónia, vive a D. Natália há mais de 25 anos, depois de ter estado emigrada em terras de França. Reside num enclave Sérvio junto a uma famosa estância de ski e é casada com um Sérvio Kosovar. Agora, ambos com mais de 50 anos, vivem do que resulta do trabalho na sua oficina de mecânica e fazem uma vida normal sem grandes dificuldades, tendo os seus 2 filhos obtido emprego fixo em agências internacionais a trabalhar no Kosovo. A D. Natália demonstra um nível cultural muito bom e diz-me que o deve, desde logo, ao seu dinamismo do tempo em que participava activamente na acção católica Portuguesa.
Por outro lado, a D. Elisabete reside no norte do Kosovo e tem cerca de 40 anos, vive entre kosovares albaneses. Mais de 90% dos Kosovares são, hoje, Albaneses. Esta Portuguesa natural de Pedras Salgadas, Trás-os-Montes, sobrevive com muita dificuldade, com ajuda de vizinhos. Tem 3 filhos de 9 anos, 8 anos e o mais pequeno com 10 meses. Não tem emprego e o marido que conheceu na Alemanha na sua juventude, esbanja por lá, pouco ligando à família. O sogro, velhote, já não pode trabalhar as terras férteis e de cor muito escura. Os militares Portugueses quando passam por perto levam-lhe sempre qualquer coisa. Desta vez, levamos um cesto com mercearia que saiu da nossa cozinha e algumas roupas que um soldado trouxe de Vila Real quando foi de férias.
A D. Elisabete reside numa casa muito modesta, antiga e a precisar de obras. A mim pede-me material escolar para os filhos e o computador que já havia sido prometido e nunca apareceu, para auxiliar os estudos dos filhos e para falar com os familiares em Portugal. Trata-se de uma Portuguesa que por amor e dedicação aos filhos e familiares, nunca quis regressar a Portugal e mesmo quando lhe foi dada essa oportunidade, regressou ao Kosovo ao fim de pouco tempo.
Hoje já não tem passaporte válido nem vistos para poder sair do país.
Os Militares Portugueses no Kosovo tem como missão, em conjunto com as forças de outros países, garantir segurança e a calma necessária para que todas as instituições do Kosovo se tornem fortes e capazes de responder às necessidades da região, mas estamos também, sempre atentos às necessidades básicas de pequenos grupos, sejam famílias carenciadas ou escolas sem material e, sempre que nos for possível, vamos dar o nosso contributo, por muito pequeno que seja, para melhorar as condições de vida destas pessoas.

Zé António